Aos amigos tudo – Exigir
coerência na política é a mais hercúlea das tarefas, quiçá não seja uma
empreitada impossível. E a situação piora muito quando a coerência é cobrada
dos integrantes do Partido dos Trabalhadores.
Quando Ronaldo Sardenberg, então
ministro de Ciência e Tecnologia no governo do tucano Fernando Henrique
Cardoso, usou um avião da Força Aérea Brasileira para viajar com a família para
o arquipélago de Fernando de Noronha, os petistas patrocinaram uma gritaria de
fazer inveja aos oposicionistas de agora.
Não faz muito tempo, a então
governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), foi acusada de comprar
uma casa em Porto Alegre, onde mora com a família, com dinheiro de origem
supostamente duvidosa. Crusius explicou que o dinheiro utilizado na compra do
referido imóvel era lícito e que toda a transação estava detalhada na sua
declaração do Imposto de Renda. Os petistas fizeram um barulho danado e
resolveram instalar na Assembleia Legislativa gaúcha a CPI do Detran, pois
suspeitava-se que a corrupção no órgão teria financiado o negócio imobiliário.
No caso de Antonio Palocci Filho,
acusado de multiplicar de forma meteórica e monumental o seu patrimônio,
petistas e integrantes da base aliada defendem o ministro-chefe da Casa Civil,
não sem antes afirmarem que o caso é uma página virada. Bobagem, pois o
imbróglio que envolve a empresa de consultoria “Projeto” deve render mais
alguns longos e acalorados capítulos.
Por ocasião das denúncias, Yeda
Crusius disponibilizou os documentos necessários para provar sua inocência, mas
no caso de Palocci Filho os palacianos preferem alegar que o ministro goza de
foro privilegiado e que nada será divulgado. Ora, se a atividade de Antonio
Palocci Filho fora do Parlamento foi legal, como afirmam alguns defensores de
plantão, não há motivo algum para esconder a verdade.
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O grande problema nesse caso é
que os ganhos de Palocci por certo não se limitaram aos R$ 6,6 milhões pagos
por um apartamento de luxo na região dos Jardins, zona nobre da capital
paulista, e muito menos aos R$ 882 mil utilizados na compra de um elegante
escritório no mesmo bairro. De igual maneira os ganhos de Antonio Palocci Filho
ultrapassaram com largueza os R$ 20 milhões amealhados em 2010, conforme
revelou na edição desta sexta-feira (20) o jornal “Folha de S. Paulo” em
matéria da jornalista Catia Seabra. O que foi até agora noticiado é apenas a
ponta de um enorme e lamacento iceberg, que se trazido à tona poderá escancarar
a podridão do poder central, turbinado desde a chegada de Lula da Silva ao
Palácio do Planalto.
CASO PALOCCI E O SIILÊNCIO DE DILMA
Via Jorge Roriz
O líder do PPS na Câmara,
deputador Rubens Bueno (PR), cobrou neste sábado uma declaração pública da
presidente Dilma Rousseff sobre a evolução patrimonial do ministro Antônio
Palocci (Casa Civil), e o faturamento multimilionário da consultoria privada
dele durante o ano eleitoral de 2010.
“A presidente Dilma parece ser
mais leal do que Lula. Vem mantendo silêncio, porém não tomou ainda nenhuma
atitude com relação às estripulias de seu companheiro”, afirmou Bueno.
“A nação inteira espera sua
declaração pública com relação ao caso”, lembrou o deputado
Crise Palocci: um caso
de “Capitalismo de Estado”? Instituto Millenium
Via Jorge Roriz
A primeira grande crise do
Governo Dilma passa por uma suspeita de relação inapropriada de benefícios
entre o poder público e o privado. O jornal “Folha de S. Paulo” detonou
informações que provocaram protestos da oposição, que defende uma CPI, sobre o crescimento dos bens patrimoniais do
ministro Antonio Palocci, cuja empresa de consultoria faturou R$ 20 milhões em
2010, ano que Palocci coordenou a campanha que elegeu Dilma. O jornal também
mostra que a empresa WTorre, é beneficiária de uma série de contratos com o
poder público, foi uma das clientes de Palocci.
O “Capitalismo de Estado”
conceito que explica o uso equivocado do Estado dos bens públicos, para beneficiamento
de uma estrita rede privada e para o próprio beneficiamento, é combatido pelos
especialistas do Millenium como o economista Rodrigo Constantino no artigo de
mesmo nome.
Leia o trechos abaixo ou o artigo
na íntegra aqui:
Lula tenta conter crise
e segurar Palocci
Via Jorge Roriz
Ex-presidente telefonou do Panamá
para Gilberto Carvalho e disse que governo não pode baixar a guarda
Na tentativa de esvaziar a ameaça
de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e barrar a convocação de Palocci
no Congresso, o governo já acena com cargos para acalmar a base aliada. A
previsão é a de que, a partir da próxima semana, o quebra-cabeça do segundo
escalão comece a tomar forma final.
Empresa de Palocci
faturou R$ 10 mi em apenas dois meses
O faturamento da consultoria do
ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, no ano passado superou R$ 10 milhões
em novembro e dezembro, os dois meses que separaram a eleição da presidente
Dilma Rousseff e sua posse, informa reportagem de Catia Seabra publicada na
Folha deste sábado
Empresa de Palocci
faturou R$ 20 milhões em ano de eleição
A empresa de consultoria do
ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, faturou R$ 20 milhões no ano passado,
quando ele era deputado federal e atuou como principal coordenador da campanha
de Dilma Rousseff à Presidência da República. ( AG. Estado)
Prioridade nacional
“Nós vamos dar toda a força para
Palocci enfrentar essa luta. É claro que há desgaste e temos preocupação com os
desdobramentos, mas a recomendação é para que ninguém pare de trabalhar”.
Gilberto Carvalho, secretário da Presidência e carregador de malas
de Lula e Dilma Rousseff, comunicando ao país que o governo, que deixou de
governar há uma semana, vai continuar alheio aos problemas da nação para que todos os companheiros
ou parceiros da base alugada não parem de trabalhar ─ “diuturnamente e
noturnamente”, nas palavras da chefe ─ pela salvação de Antonio Palocci.
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/sanatorio-geral/prioridade-nacional/
Parceira da Petrobrás
fez contrato com Palocci
AE - Agência Estado
A construtora WTorre, empresa que
mantém negócios com a Petrobras, confirmou ontem, em nota oficial divulgada à
imprensa, que contratou os serviços da Projeto Consultoria Econômica e
Financeira, do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. "A WTorre contratou
a Projeto Consultoria Financeira para prestar consultoria em assuntos
corporativos, assim como tem por prática acionar diversas outras empresas de
assessoria", disse a empresa. É o primeiro cliente de Palocci que informa
publicamente a contratação da Projeto.
A WTorre tem negócios
imobiliários com fundos de pensão e Petrobrás. O contrato do grupo com a
empresa de Palocci foi revelado ontem pelo jornal Folha de S. Paulo. Na nota
divulgada, a WTorre tenta se desvincular de qualquer ligação entre o serviço
prestado por Palocci e os contratos com órgãos públicos. "A empresa aluga
ou comercializa imóveis para empresas e grandes fundos de investidores dentro
das práticas do setor imobiliário", disse a empresa. "Seguindo sua
estratégia de gestão transparente, a WTorre divulga trimestralmente suas
demonstrações financeiras, apesar de ter capital fechado. A empresa mantém-se à
disposição dos órgãos competentes para prestar qualquer esclarecimento que se
faça necessário", afirmou.
A construtora negou-se a falar do
conteúdo dos serviços da Projeto, nem o valor pago à consultoria de Palocci. No
ano passado, a empresa doou R$ 2 milhões para a campanha da presidente Dilma
Rousseff (PT) e R$ 300 mil para a do tucano José Serra.
Em 2006, quando disputou e ganhou
uma vaga de deputado federal, Antonio Palocci recebeu R$ 119 mil em doações da
empresa. Ontem, a WTorre afirmou que "as doações efetuadas foram
devidamente registradas e seguiram as normas legais estabelecidas, respeitando
rigorosamente a legislação vigente". "Assim como outras empresas,
colabora com a candidatura de pessoas com as quais tem afinidade de
ideias", disse a construtora.
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