Minha observação: Dilma não responde se acredita ou não em Deus.
MC O que a levou a ser a mulher mais forte do governo, praticamente o braço direito do presidente Lula? A que atribui esse status? DR À minha história. O governo do presidente é como um rio com vários afluentes que convergiram para fazer esse projeto [de governo]. Sou um dos afluentes, que vem da luta libertária contra a ditadura. Mas há vários outros importantes: o pessoal do movimento sindical, do PT, do PMDB. Jogam muita pedra no PMDB, mas se esquecem do papel que ele desempenhou. Lembro-me do [Pedro] Simon [senador do partido] lutando pelas Diretas, brigando pela democratização. Então, não vamos esquecer quem somos, quem são essas diferentes trajetórias que desaguaram aqui.
Minha observação: O Senador Pedro Simom foi terrorista, assaltou banco e/ou cometeu outros atos ilegais?
MC A senhora passou por várias crises políticas graves durante seu governo (Dossiê FHC, Varig Log). O que faz para se manter forte internamente? Terapia, tem alguma crença? Chora escondido? DR Não faço nada, não. Cargos públicos no Brasil são assim. Basta olhar a pressão que exerceram sobre o presidente. A gente aguenta, uai. É preciso se lembrar de ter um distanciamento e entender que isso faz parte do jogo político. Uma coisa que dá força é a sensação imensa de injustiça. Outra é que temos grande convicção no projeto que estamos fazendo. Em terceiro lugar é importante ter apoio. Tenho apoio do presidente, dos outros ministros. Também é fundamental ter foco. O mundo pode estar caindo que tenho de trabalhar. Tenho de fazer as obras do PAC andar, implementar os projetos que o presidente definiu. Mas também adquiri um lombo meio grosso e certas coisas não me atingem mais como antes. E isso é muita espuma, né? Tem um lado disso que é espuma, que vai embora.
Minha Observação: (...) no jogo político há muita espuma e o PT sabe que a espuma passa, que vai embora... como em todos os casos de corrupção ocorridos neste governo. E Dilma não chora, não precisa de terapia; ou de alguma crença pois ela agüenta, “uai”. “Tem o lombo meio grosso.” ( Eu diria bem grosso)
MC Mesmo sofrendo tudo isso, não deu as informações que os militares queriam sobre seus companheiros. A senhora diz que foi aí que aprendeu a conhecer seus limites. Que processo foi esse? DR Achava que podia ser heroína. Havia um tabu dentro da esquerda que não discutia o que é a dor, a tortura [a voz se torna mais grave]. Quando fomos para a cadeia, achávamos que não falaríamos nada diante da tortura. Errado. Dizer aos torturadores que não vamos falar o que sabemos é coisa de gente maluca. O único jeito de resistir é dizer que não tem as informações que eles estão perguntando: 'Não sei, não fiz, não estava lá'. Não há outra maneira. Se eles acharem que ao baterem mais conseguirão o que querem, a pessoa está roubada. Na tortura, as pessoas acabam falando porque têm limites para aguentar tudo aquilo. E nós tivemos de ampliar os limites para suportar as porradas e os choques sem dar informações. Pensava: 'Vou aguentar mais um tempo e depois seja o que Deus quiser'. É uma negociação de você consigo mesma. Se alguém tentar, em algum momento, dar de bacana, está lascado. Eles batem ainda mais. É um jogo de resistência psíquica. Mas, de certa forma, todo mundo conseguiu enganá-los. Os próprios militares falavam que preso velho era o que de pior havia. Um bicho 'cestroso', cheio de manha. Um preso novo não sabe o tamanho da dor que pode enfrentar. Em quatro meses, um preso já se torna relativamente velho. Fiquei três anos na cadeia. Só faltava ter auréola, de tão boazinha [risos]. http://revistamarieclaire.globo.com/Marieclaire/0,6993,EML1697826-1739-4,00.html
abominavel!
ResponderExcluirMagno,
ResponderExcluiro quê?