E o pior, muito pior, é a falta de reação de um povo que parece se
conformar com as migalhas que recebe, o que, se por um lado reforça o resultado
das pesquisas, por outro desperta uma grande dúvida na sua correção haja vista a
inesperada reação negativa de um auditório, sabidamente popular, ocorrida
sábado, dia 28/8, no programa do apresentador de televisão Raul Gil, ante a
citação do nome do presumido líder!
Pesquisado em: http://www.guiasaojose.com.br/novo/coluna/index_novo.asp?id=4426)
A manifestação do eleitorado brasileiro
nas recentes pesquisas de intenção de voto é de causar espanto, temor mesmo,
pela ameaça latente à democracia e aos poderes constituídos. Esse fato preocupa
quando parece corroborar a alta popularidade do presidente, transformando-o em
um “líder carismático, que não aceita os limites da lei, muito menos críticas,
e se considera o pai do “seu” povo”, conforme palavras do jornalista Merval
Pereira, em artigo publicado no da 21 deste mês, no jornal O Globo, do Rio de
Janeiro. São sintomáticas também as palavras presidenciais, reveladoras de um
desejo contido, mas que vez por outra aflora, proferidas em recente cerimônia
de sanção da “Lei de Mudanças” no Ministério da Defesa, consideradas por ele
mais fáceis e com menos resistência de aprovação do que imaginava,
proporcionando-lhe um arremate ao “companheiro” Jobim dizendo-lhe, alto e bom
tom, que ele bem que “poderia ter mandado uma emendinha para passar mais uns
anos de mandato”...
É quase inacreditável que o presidente da
República, em decisão pessoal própria de ditadores, sem consulta partidária,
tenha sido capaz de escolher a candidata oficial para lhe suceder. E, pior
ainda, o silêncio ocorrido em um partido que costuma ouvir suas bases... A
ungida, ex-terrorista participante de ações extremadas das quais se declara orgulhosa,
autoritária e ríspida até mesmo, segundo noticiado, com os seus subordinados;
incapaz de um sorriso, sem experiência parlamentar, de repente sofre uma
metamorfose que lhe muda visual e temperamento, passando a apresentar-se
feminina, suave e risonha, na busca da preferência popular capaz de lhe eleger.
Caracteriza-se, assim, um quadro político
nacional nada auspicioso, onde uma criatura, se eleita, deverá ser monitorada
pelo seu criador, de ego exacerbado capaz de trilhar caminhos próprios de um
populismo que lhe assegure poder político continuado em troca de um
assistencialismo anestesiador de consciência e, consequentemente, do bem maior
do cidadão: a liberdade! Não é outro o horizonte político brasileiro onde o
povo inerte continua a aceitar uma conjuntura vergonhosa de hospitais públicos
geradores de mutilados e de cadáveres por falta de assistência adequada; uma
educação discriminatória incapaz de formar uma elite intelectual apta ao
enfrentamento dos desafios de um Brasil grande e um quadro de guerra interna
onde as balas vão às escolas e a liberdade de atuação dos marginais supera a do
cidadão!
Enquanto isso, a candidata poste, não
podendo esconder a triste realidade nacional, passou a prometer acabar com as
filas nos hospitais públicos, criar milagrosas unidades de pronto-atendimento,
melhorar o ensino e tudo o mais que o governo do seu tutor não viu ou não se
interessou fazer em quase oito anos de êxtase e de culto à sua personalidade. E
o pior, muito pior, é a falta de reação de um povo que parece se conformar com
as migalhas que recebe, o que, se por um lado reforça o resultado das
pesquisas, por outro desperta uma grande dúvida na sua correção haja vista a inesperada
reação negativa de um auditório, sabidamente popular, ocorrida sábado, dia
28/8, no programa do apresentador de televisão Raul Gil, ante a citação do nome
do presumido líder!
É o caso de se perguntar se a metamorfose tão
trabalhada pelos marqueteiros e tão bem encenada pela candidata é parte de uma
farsa, uma fraude ou de uma tragédia que se avizinha?
(Gen Ex José Carlos
Leite Filho – 29/08/10)
(Publicado no “O
Jornal de Hoje”, de 30/08/10 – Natal-RN)
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