Críticas do presidente à imprensa são
''desserviço à Constituição e ao Brasil'', diz OAB; ANJ e Abert .
20 de setembro de 2010 | 0h 00
Lucas de Abreu Maia - O Estado de S.Paulo
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir
Cavalcanti, definiu ontem como "um desserviço à Constituição e ao
Brasil" as críticas feitas à imprensa pelo presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, no sábado, durante comício eleitoral de sua candidata, Dilma Rousseff, em Campinas. Além da
OAB, várias outras entidades de defesa da liberdade de imprensa se manifestaram
contra o discurso feito pelo presidente. Segundo o
presidente da OAB, a atitude de Lula "demonstra uma certa intolerância com
um princípio constitucional que é vital para o fortalecimento da democracia: a
liberdade de expressão". E prosseguiu: "Quando o líder maior da nação
se coloca contra a liberdade de imprensa, isso é um desserviço à Constituição e
ao Brasil". Lula havia dito, no comício, que alguns jornais e revistas se
comportam como partido político. "Outra vez nós vamos derrotar nossos
adversários tucanos, vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam
como se fossem um partido político", declarou. Irritado com recentes
reportagens a respeito de tráfico de influência e irregularidades praticadas
por funcionários ligados à Casa Civil, o presidente foi adiante: "Essa gente
(imprensa e tucanos) não me tolera." As reportagens, segundo ele, são
intolerância, ódio e mentira. "Existe uma revista que não lembro o nome
dela (sic). Ela destila ódio e mentira." Na avaliação de
Lula, "eles não se conformam que o pobre não aceita mais o tal do formador
de opinião pública". E definiu: "Nós somos a opinião pública e nós
mesmos nos formamos" (meu grifo). Em seu entender,
"se o dono do jornal lesse seu jornal ou o dono da revista lesse sua
revista, eles ficariam com vergonha do que estão escrevendo." Para
Cavalcante, porém, "a imprensa brasileira vem formulando denúncias a
partir de fatos". Trata-se de "denúncias sérias, denúncias que
precisam efetivamente de apuração e de um retorno por parte do Estado
brasileiro", completou o presidente da OAB. "A democracia livre tem
imprensa livre. O governante pode até não gostar das críticas que são feitas,
mas cabe a ele - é seu dever constitucional- apurar e
conviver com esse tipo de crítica que é algo extremamente normal. Até porque, quando ele (Lula) estava na
oposição, também fazia críticas aos governos existentes, e tenho certeza de que as críticas que ele fez, ou que o
partido dele fez, naquele momento foram importantes para o fortalecimento da
democracia."
Desconhecimento.
A Associação
Nacional dos Jornais (ANJ), por sua vez, divulgou nota (íntegra abaixo) em que
reage também às palavras de Lula.
"É
lamentável e preocupante que o presidente da República se aproxime do final de
seu segundo mandato manifestando desconhecimento em relação ao papel da
imprensa nas sociedades democráticas", afirma o texto, ressaltando que
esta não é a primeira vez em
que Lula faz tal tipo de crítica. Segundo lembra a ANJ, o
papel da imprensa "é o de levar à sociedade toda informação, opinião e
crítica que contribua para as opções informadas dos cidadãos, mesmo aquelas que
desagradem os governantes". O presidente, recorda a nota, "jamais criticou o trabalho
jornalístico quando as informações tinham implicações negativas para seus
opositores".
O diretor de
assuntos legais da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão
(Abert), Rodolfo Machado Moura, considerou "infelizes" as afirmações.
"O presidente Lula já demonstrou, por diversas vezes, um apreço pela
imprensa, e a gente acredita que essas declarações não reflitam efetivamente o
pensamento dele, mas que repercutem o momento conturbado que vive a política e
a proximidade do processo eleitoral", afirmou. Para Machado Moura, no
entanto, a frequência com a qual o presidente tem feito as críticas "tem uma carga de preocupação". As entidades representativas da liberdade de imprensa "têm de ficar sempre atentas, porque
esta luta pela liberdade de expressão é constante".
************
Um organismo, sediado em Washington,
que estuda e monitora a realidade da América Latina, enviou ao Senado
brasileiro um documento em que chama a atenção para os próximos movimentos
políticos do presidente Lula da Silva, rumo a um 'populismo socialista.
O estudo (http://www.brasilbrasileiro.pro.br/dossielula.htm)
adverte que Lula pretende lançar medidas
populares de impacto, incentivando o consumo para seus eleitores de baixa
renda. Segundo o dossiê, a intenção de Lula é consolidar seu poder de voto para
uma futura reforma política que vai autorizar, a partir de 2008, a reeleição para um
mandato de mais seis anos.
(…)
O plano de Lula é comparado ao do
venezuelano Hugo Chávez.
(...)
O estudo norte-americano adverte para a
possibilidade de um confisco tributário em fundos e em poupanças acima de R$ 50
ou 60 mil reais.
Nos dois casos, o dinheiro só poderia ser
movimentado de seis em seis meses, sob risco de remuneração quase nula. Os fundos seriam tributados em 35% dos
ganhos. Segundo o
documento, o Banco Central do Brasil tem um levantamento completo sobre os
investimentos feitos por 36 milhões de pessoas, entre brasileiros e
estrangeiros.
Comissários do Povo? Um dos pontos mais
polêmicos revelados pelos norte-americanos é que o governo Lula quer patrocinar
um projeto de segurança voltado para a organização de milícias de bairros. As
milícias foram uma idéia copiada da Venezuela. Na terra de Hugo Chávez, o
síndico de bairro tem poderes de um xerife . O modelo lembra os velhos
'comissariados do povo', da extinta (porém mais viva que nunca na cabeça dos petistas) União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Fortuna do Lula
O estudo revela que a fortuna pessoal
de Lula da Silva é estimada pela revista Forbes em 2 bilhões de dólares. O presidente estaria usando tal fortuna para comprar televisões a cabo, a fim de formar uma rede de comunicação
com o filho Lulinha, que estaria administrando uma fortuna pessoal de R$ 900
milhões. Lula espera comprar uma rede de televisão, para preparar uma rede pessoal de divulgação para sustentar o
trabalho de comunicação do governo petista.
Lula comprando jornalistas amestrados?
No estudo norte-americano, foi
identificada a preocupação do presidente em manter várias redes de televisão
sob seu controle. Segundo o dossiê, o presidente estaria pagando 'por fora'
para jornalistas famosos, de grandes redes de tevê e jornais,
especialmente escalados para analisar a
notícia de uma maneira não contundente ao
governo petista. O estudo também
adverte que o presidente estaria comprando a oposição com ameaças de denunciar
as mazelas dos opositores.
Obs.: os grifos em vermelho são da editoria do blog.
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