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Réu, chamado de “chefe de quadrilha”, pede controle da mídia. Faz
sentido!
Por Reinaldo Azevedo
A Central única dos Trabalhadores
promoveu ontem um evento chamado “Democracia e Liberdade Sempre”. Conferiu
prêmios a alguns batutas que, a seu juízo, foram expressões nessa área. Entre
eles, estava José Dirceu! O encontro também serviu como um desagravo a Dilma
Rousseff porque a Central considera que a sua opção, no passado, pela luta
armada foi criminalizada. Ué! Achei que ela só tocasse piano e lesse poesia na
VAR-Palmares… Não vão me dizer agora que ela pegou em armas e até participou do
planejamento de assalto a bancos! Estou chocado! Pois bem: se a patuscada era
para celebrar “democracia” e “liberdade”, nada como descer o porrete na
“mídia”, certo? Foi o que fez o deputado cassado por corrupção José Dirceu, réu
que a Procuradoria Geral da República chama “chefe de quadrilha”.
Pois bem: ele disse que a “mídia”
precisa, sim, de regulação, “como existe nos EUA, na França e na Inglaterra”.
Mas, ressalvou o agora “consultor de empresas privadas”, há de ser uma regulação adaptada à nossa
realidade. Ocorre que a regulação “adaptada à nossa realidade” já existe. Pode
até ser aperfeiçoada, mas é uma farsa grotesca essa história de que o setor
existe num vácuo legal. A quem interessa essa mentira? Àqueles que, sob o
pretexto de nos propor uma “técnica”, querem nos impor uma “política”.
(...)
AS ARMAS
No evento da CUT, Dirceu afirmou
que a eleição de Dilma representa a chegada da Geração de 68 ao poder e fez sua
leitura sobre o passado. Lamentou que tenha sido a “centro-direita” a fazer a
transição democrática: “Uma hegemonia que prevaleceu até a vitória do Lula. E
que ainda tem presença nos nossos governos pelas condições e características do
nosso processo político.” Também fez sua releitura da luta armada: “Quem pegou
em armas foi a ditadura. As armas que a nação entregou às Forças Armadas para
defender a Constituição e a democracia, elas usurparam para impor ao País uma
ditadura. E foi contra ela que nós nos levantamos e resistimos.”
Há vários problemas aí. Dirceu
não teve o papel “heróico” que atribui a si mesmo. Nunca ninguém o viu de arma
na mão lutando contra a ditadura. Não que devesse. Mas cumpre não lhe atribuir
uma coragem, ainda que doidivanas, que não teve. A centro-direita que fez a
transição lhe foi bastante útil. Enquanto ela cuidava da democracia, ele vivia
na clandestinidade no Paraná, sob identidade falsa, enganando a própria mulher,
Clara Becker, fazendo-a acreditar que ele era Carlos Henrique Gouveia de Melo.
Veio a anistia, ele pegou um velho retrato e revelou: “Eu não sou eu; sou
outro, este aqui da foto”. E pôs fim ao casamento. Eu me vejo tentado a indagar
se ele teria revelado a sua real identidade e desfeito a união sem a anistia.
Acho que não! Sua mulher era uma peça involuntária de sua necessidade política
da época. No mundo de Dirceu, quem casou com Clara foi o Carlos, não ele…
Não há dúvida de que se implantou
uma ditadura no país. Mas é preciso um mínimo de rigor. Não é que Zé e seus
amigos não gostassem de um regime de força; eles gostavam, mas queriam outro,
não aquele. Não por acaso, quem deu uma nova cara ao rapaz foram cirurgiões
cubanos.
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http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/reu-chamado-de-%E2%80%9Cchefe-de-quadrilha%E2%80%9D-pede-controle-da-midia-faz-sentido/
Veja o final do primeiro vídeo AQUI e ouça a confissão: "Você joga a bomba, e eu vou dar uma rajada".
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