O
governador do Rio, Sérgio Cabral, organizou ontem na Praça da Apoteose, a festa
”Obrigado, presidente Lula: o povo do Rio agradece”, que contou, é
evidente, com a presença do homenageado, em mais um dos espetáculos
psicanalíticos da chamada Síndrome da Inveja do Próprio Pênis. Lula discursou.
“Se
juntar todos os presidentes da história deste País, duvido que tenham subido
10% dos morros que nós subimos nos últimos quatro anos”.
Foi a parte amena da festa desavergonhada. Todo o resto muito pior.
Lula,
que está no palanque desde a fundação do PT, aproveitou para fazer campanha
eleitoral antecipada, desta feita para a Prefeitura do Rio. E já prometeu se
esforçar para reeleger Eduardo Paes. E o fez no seu estilo, negando que
estivesse fazendo o que estava fazendo:
“Daqui
a dois anos, tem eleição. Eu não posso falar, mas vou estar aqui para manter
essa dupla coordenando o Rio. Para não permitir que venha outra pessoa
atrapalhar o nosso projeto”.
Em
nenhum país do mundo democrático um presidente da República se refere a
oposicionistas, que disputam eleições segundo as regras do jogo e legitimam os
governos, como “aqueles que atrapalham”. Mas ele pode porque tudo lhe convém e
tudo lhe é permitido. Politicamente, este senhor é uma monstruosidade ética.
Mais
uma vez, Lula se referiu ao mensalão como se fosse uma conspiração. E contou
quem eram os seus interlocutores de confiança:
“Lembro
que fui a uma reunião e disse ao presidente [José] Sarney e ao Renan
[Calheiros]: ‘digam a eles que querem me derrubar, que eu não vou fazer que nem
o Getúlio [Vargas], não vou me matar. Não vou fazer como João Goulart, não vou
renunciar. Eles vão ter que me derrotar nas ruas desse país, nos bairros desse
país, nas favelas desse país. Vocês viram o que aconteceu comigo em 2005. A
história vai julgar se tudo o que aconteceu foi verdade ou inventado.”
O “eles”
de seu discurso era a imprensa, que voltou a apanhar no palanque:
“Quando
a gente lê determinados jornais fica pensando que eles não estão falando do
Brasil. Porque tem gente que não tira a bunda de uma cadeira, de uma sala com
ar refrigerado e fica julgando as coisas que acontecem nesse país sem saber.”
Lula
acha que uma bunda muito agitada é sinal de pensamento inquieto e percuciência.
A gente começa a entender melhor a composição do atual ministério e também do
próximo.
A
festa estava, enfim, à altura do anfitrião, Sérgio Cabral, que fez as vezes de
apresentador do evento. É aquele rapaz que pretende erradicar o crime do Brasil
legalizando-o. Já defendeu a descriminação das drogas, do aborto e do jogo e
considera hipócritas e insinceros os que não concordam com ele.
Lula
e Cabral num mesmo ambiente dá em quê? Cometeram o primeiro crime eleitoral de
2012!
Por Reinaldo Azevedo
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Você poderá deixar aqui sua opinião. Após moderação, será publicada.