"Pesquisadores, jornalistas e políticos, todo mundo foi pego
de surpresa. Ninguém esperava que (os protestos) assumissem as proporções que
assumiram na segunda-feira", diz Francisco Carlos Teixeira da Silva,
professor de História Moderna e Contemporânea da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ).
Para Teixeira da Silva, o motivo para essa surpresa deve-se, em
parte, ao fato de o Brasil não estar vivendo em condições econômicas e
políticas parecidas com outros lugares onde emergiram grandes protestos
recentemente, como os países atingidos pela crise na Europa ou pelos movimentos
da Primavera Árabe.
"Não é nenhuma situação de depressão econômica, desemprego e
cortes de benefícios sociais, nem é uma ditadura (como em alguns países
árabes). A meu ver, (o movimento) não tem nada a ver com inflação, não tem nada
a ver com PIB pequeno ou coisas desse tipo. É uma revolta política, claramente
política", diz.
Na avaliação do historiador, os cartazes com dizeres contra os
partidos políticos levados por manifestantes em diversas cidades do país
evidenciam o que ele classifica como "uma rejeição à elite política e aos
gestores públicos brasileiros", causada por fatores que vão desde as más
condições do transporte público ao modo como grandes eventos estão sendo
organizados no país, passando por escândalos políticos como o mensalão.
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Brasil
Por Caio Quero
Da BBC Brasil no Rio de Janeiro
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